Pecados Íntimos (Little Children)

O filme passa-se numa pequena cidade Norte-americana, um meio pequeno e pacato, de vidas rotineiras e casamentos mornos, com crianças adoráveis e pais protectores.
Mas se à primeira vista podiamos pensar que se retrata a falsa moralidade numa crítica aos costumes e à instituição familiar, percebemos que o que a objectiva foca é a dificuldade em aceitar a vivência da vida adulta.
Pessoas em busca do que os faz sentir-se vivos, em busca de valorização e de intensidade.
Gente que tenta libertar-se de uma vida vazia em busca dos sonhos perdidos.
Mas depressa percebemos que não há maturidade suficiente para mudar a vida, os problemas reais não são enfrentados, tentando escapar na ilusão de rebeldia.
Brad, formou-se em Direito, mas nunca passou no exame da ordem e quando sai para estudar à noite fica apenas a olhar os skaters no parque. Sarah está desapontada com o marido, mas nunca procura uma conversa séria com ele e, apesar de presente para a filha, está distante dela e do seu papel de mãe. Percebemos no final que o próprio caso extra-conjugal entre eles não passa de uma fuga quase adolescente à realidade vivida.
Este filme, não pretende chocar mas incomodar, retratando, no fundo, as pequenas crianças dentro de cada adulto aprisionado por desejos de infância, de proteção, de zelo, de descompromisso e pureza.
Um filme sem dúvida interessante.