Momento Publicitário

Enquanto as minhas amigas eram fãs de boys band, do Brad Pitt, de Levis e de All Stars eu era fã de anúncios. Devorava os blocos publicitários e os vídeo clips musicais que passavam num dos dois canais existentes.
Depois dedicava-me a criar os meus próprios anúncios, como uma verdadeira copywriter/ realizadora, com olhares e falas estudadas, só não gritava “Acção” no final…mas pouco faltava!
Alguns desses anúncios da época marcaram-me para sempre num arrepio de pele (que era como eu decidia se o spot era bom ou mau. Ainda hoje decido assim).
Quem não se lembra do spot da “Gilette” com o jingle “o melhor para o homem”, onde caminhavam decididos homens aprumados de farda (hum hum!) e o da “Coca Cola” com a “sensação de viver” que nos deixava com uma vontade enorme de viver, fosse isso o que fosse.
Hoje em dia os anúncios são mais do mesmo. Espelham obviamente muito mais do que as nossas necessidades básicas, explorando ambições e receios ocultos, mas, talvez dada a quantidade com que somos bombardeados, não são tão marcantes, tão inovadores.
E depois temos que escolher entre o anuncio que tem piada mas não é bom a “vender”, em que nos lembramos do anúncio mas não recordamos a marca, e os que nos recordam a marca até à exaustão mas que não são de todo um momento artístico (como os anúncios de detergentes por ex.).
Tudo bem, a arte sempre foi uma forma de comunicação, mas nem toda a comunicação é arte. Aceito.
Passam neste momento na TV dois anúncios, que não sendo nada de fabulosamente produzido me fazem sorrir, numa garantia de que as coisas mais simples são muitas vezes as melhores:
- O primeiro, mais óbvio porque tenho gatos e gosto deles, “o bla bla bla Whiskas saquetas”. É que os felinos de trazer por casa são mesmo assim! Achamos nós que estão interessados no nosso “parlapier”? Pois sim. Depois de levarem a comidinha (confesso que aquilo tem tão bom ar que até já me apeteceu experimentar) não querem saber de mais bla bla bla mas sim de uma boa sesta. Diferentes dos humanos?
- O segundo é o das bolachas Oreo, com os dois miúdos, em que o mais novo tenta imitar o mais velho e depois de muita paciência e várias tentativas, segue a máxima “quando Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé” soltando um vitorioso “Aha”!. Delicioso!

PS: Não. Nenhuma das marcas acima referidas patrocina este blog… mas aí está uma ideia!