Como acertar no "Euromilhões"

Há coisas que nos mantêm para sempre nesse estado de graça que é ser criança que brinca. Talvez por isso adoremos aqueles solitários e silenciosos jogos de acaso, de sorte e de adivinhação que se fazem quando de facto não temos mais nada de importante para ocupar os neurónios: se acontecer “isto” é sinal que “aquilo” - Se o telemóvel tocar dentro de 5 minutos, se eu estrelar o ovo antes do microondas fazer “pling”, se encontrar o vizinho na rua e ele me disser bom dia, se ao abrir ao acaso a página de um livro aí estiver escrita uma coisa boa, se um amigo me ligar hoje a perguntar como estou, se olhar para uma nuvem e vir uma careta, se o gato do telhado aparecer hoje, se… “eu vou ganhar o Euromilhões!” Brincamos assim às apanhadas com o futuro, teimando adivinhar no presente. E quando o resultado não é o que espera encolhemos os ombros e dizemos entre botões: “Oh! Não valeu!”