Nem diamantes nem pérolas

Nunca fui dada a jóias. Isto apesar de ser do conhecimento público que o melhor amigo do homem é o cão e o da mulher as jóias.
Cheguei a sentir-me menos feminina por isso - tal como quando era miúda e me queriam a brincar com bonecas e enfiada dentro de vestidos folhados e eu me escapava vestida de maria rapaz num entusiasmo pegado pelas brincadeiras cheias de adrenalina das apanhadas ou das escondidas.
Mas o tempo vai-nos polindo e criando novos desejos e damos por nós a olhar-nos languidamente ao espelho naquele vestidinho ultra feminino e a suspirar por um colar discreto mas notável ao mesmo tempo.
Uma amiga minha enviou-me um dia destes um link http://www.pt.singelringen.com/Default.aspx?documentID=164 com um anel de que já tinha ouvido falar: o Singel Ringen, uma pequena jóia que mostra aos outros que estamos descomprometidas e disponíveis. Ela dizia-me que achava que combinava comigo por ser “divertido, atrevido e original.”
Na altura achei aquilo do anel uma aberração. Afinal quem não traz aliança mostra à partida a sua disponibilidade. Mas a coisa não é bem assim já que, pensando bem, não trazer nada a decorar os dedos está longe de significar que se está disponível emocionalmente e vice versa.
Mas bem, quanto a mim, uma das jóias mais românticas de sempre é a pulseira Love, da Cartier (passo a publicidade), que se aparafusa em redor do pulso pelo ser amado e é o símbolo mítico do amor absoluto - Claro que isto junto com uma grande dose de sentimento de pertença (e de comparação com um pombo com uma presilha à volta da pata).
Mas acho bem mais original que a tradicional e velha aliança, em que já ninguém repara sequer no que a palavra quer dizer realmente.